Trabalhadores param contra reformas do governo

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No dia 14 de setembro, a classe trabalhadora, centrais sindicais e os movimentos sociais se uniram novamente contra os ataques aos direitos da população brasileira. Foi um dia de luta, paralisação e mobilização em vários estados do país, contra a Reforma da Previdência e em defesa dos serviços públicos, que são alvo das investidas de retrocesso do governo federal, em seu projeto de desmonte do estado de bem-estar social.

A ADUFS, o SINTUFS e a mobilização estudantil construíram um dia de atividades para alertar a população sobre a necessidade de combater esses ataques. Pela manhã, houve paralisação com café da manhã e panfletagem na entrada da UFS, em um ato coordenado pela ADUFS e a União da Juventude Comunista (UJC). No mesmo horário, o SINTUFS atuou em uma mobilização com panfletagem na frente do Hospital Universitário, local onde os trabalhadores terceirizados enfrentam dificuldades.

No turno da tarde, a partir das 14h, as entidades se reuniram em um ato público no Centro da cidade, com uma estrutura montada na esquina do Calçadão João Pessoa com a Rua Laranjeiras. Lá, além das falas dos representantes das entidades, ocorreu apresentação musical e técnicos de Enfermagem realizaram medição de pressão e orientações em saúde gratuitamente para quem passava no local.

O presidente da ADUFS, o professor Airton Paula, reforçou em sua fala que as contrarreformas e o congelamento dos gastos públicos durante 20 anos fazem parte do projeto neoliberal do governo de liquidação dos serviços do Estado, que são tão importantes para os trabalhadores e a população em geral. “Nós não admitimos que as reformas liquidem com os nossos direitos que estão estatuídos na Constituição de 1988”.

O dia 14 de setembro foi chamado pelo Fórum de Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) para somar esforços na luta contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/2016, da contrarreforma da Previdência; o Programa de Desligamento Voluntário (PDV); pela revogação das leis da Reforma Trabalhista, da Terceirização e da Emenda Constitucional (EC) 95/16, que congela os investimentos públicos por 20 anos.

Apesar de a EC 95 ainda não estar valendo para este ano, a UFS já sente os reflexos do contingenciamento econômico, não só entre servidores, mas entre os funcionários terceirizados também. A professora Sônia Meire alertou sobre para a crescente entrada de empresas terceirizadas como forma de solucionar a falta de verba, uma medida que não só não resolve o problema como precariza as relações de trabalho.

“No meu departamento, se não tiver o trabalhador terceirizado, ele fecha dois turnos e só fica aberto em um. A situação é muito grave, e daqui pra frente vai piorar. Eu acho que merece uma reação do nosso sindicato, porque as medidas que o reitor está tomando para atender aos cortes vai ter impacto no nosso trabalho diretamente.”, afirmou Sônia Meire.

De acordo com o SINTUFS, três empresas estão devendo a apresentação das folhas de pagamento dos funcionários terceirizados para poder receber o repasse financeiro da universidade, e tudo indica o atraso no envio da folha de pagamento à UFS se deve, justamente, ao atraso no pagamento do INSS e FGTS dos trabalhadores pelas empresas.

A estudante Mayara Santana, do curso de Serviço Social, cita alguns problemas que os discentes já estão vivendo na rotina da UFS. “Estou no 7º período e tive que pegar disciplina nas férias para poder me formar no período correto. No Departamento de Letras também, peguei uma disciplina de Produção e Recepção de Texto e a professora só chegou semana passada, e só tem aula na segunda-feira, porque na quinta ela não está disponível. Então é importante colocar que isso dai faz parte de um projeto de privatização da universidade”, desabafou Mayara.

Ela ainda citou o anúncio de abertura de mais bolsas por parte da reitoria para a Assistência Estudantil, porém, ao analisar e comparar com editais anteriores, percebe-se que na verdade houve uma redução. “A gente precisa denunciar essas coisas, porque esconde o que está ocorrendo na real, passa uma impressão de que a universidade está funcionando tranquilamente, sem nenhum problema, e a comunidade acadêmica não fica sabendo de fato o que está ocorrendo”.

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