Categorias se unem contra Reforma da Previdência

Notícias

O dia 19 de fevereiro marcou como a primeira greve nacional do ano de 2018 e, principalmente, por simbolizar a data em que o governo federal recuou em sua contrarreforma para acabar com a aposentadoria do povo brasileiro.

Paralisações, greves e manifestações ocorreram por todo o país. Milhares de trabalhadores e trabalhadoras foram às ruas sob o lema "Se colocar pra votar, o Brasil vai parar!".  Convocada pelas centrais sindicais, a mobilização surtiu efeito, pois no mesmo dia o governo federal anunciou a desistência de votar a PEC 287 ainda neste ano.

Em Sergipe, o Dia Nacional de Greves, Paralisações e Mobilizações foi construído por categorias do serviço público e organizações sociais, com atividades começando já nas primeiras horas do dia. A ADUFS e o SINTUFS organizaram às 6h o bloqueio dos portões de entrada da UFS com café da manhã, para conscientização sobre os malefícios das contrarreformas.

À tarde, as entidades se reuniram para um ato conjunto em frente ao Palácio dos Despachos para combater os ataques do governo federal e estadual contra os trabalhadores, em particular, contra o funcionalismo público e as instituições de ensino superior públicas.

Desde fevereiro de 2017, o governo Michel Temer vem adiando a votação da Reforma da Previdência, resultado da forte mobilização da classe trabalhadora ao longo do ano. Mesmo financiando com recursos públicos uma campanha exaustiva e mentirosa sobre o déficit da Previdência, a pressão popular foi superior, e o governo não conseguiu atingir os 308 votos necessários para aprovar a medida.

A mobilização ocorreu no mesmo dia da votação no Senado da medida de intervenção militar no Rio de Janeiro. Na visão do sindicato nacional, o governo federal transita por um caminho perigoso que aponta na direção da criminalização e da militarização da sociedade, dos movimentos sociais populares e da população pobre e negra.

“A gente esta vivendo uma fase muito complicada do país, a gente não sabe quais são de fato as intenções desse governo, o que está acontecendo no Rio de Janeiro pode ser simplesmente um laboratório pra algo pior que possa acontecer em todo o Brasil. É preciso estar muito atento a isso que está acontecendo no Rio de Janeiro”, afirmou o professor da UFS, Saulo Silva.

Mesmo com o anúncio da desistência da votação, a mobilização continua. Segundo o presidente da ADUFS, professor Airton Paula, a pauta de reivindicações agora se concentra na revogação de leis que retiram direitos e conquistas da população, como a Emenda Constitucional 95, que congela o gasto público por 20 anos, a Reforma Trabalhista e a Lei das Terceirizações. “Só o povo na rua, só o povo na luta é que consegue manter seus direitos”, afirmou.

Veja também