"Rio de Janeiro é laboratório para o Brasil", diz interventor

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O general Walter Souza Braga Netto, nomeado interventor federal no Rio de Janeiro, afirmou nesta terça-feira 27, em sua primeira entrevista coletiva à imprensa, que o estado "é um laboratório para o Brasil". Braga Netto fez o comentário ao ser questionado sobre as medidas de integração de inteligência de órgãos públicos que estão sendo realizadas e estudadas. Segundo o general, "não cabe" a ele dizer se o modelo desenvolvido no laboratório deverá ser estendido a outros estados.

A frase de Braga Netto vai ao encontro do que disse o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão. Em entrevista ao programa É Notícia, da Rede TV, veiculada na madrugada desta terça-feira 27, Pezão afirmou que o episódio no Rio é um "laboratório". "Acho que cada vez mais Estados e cidades vão pedir essa parceria. Não tenho a utopia de que [a intervenção] vai resolver o problema da segurança, mas tenho certeza que será bem sucedida, reduzindo os índices de criminalidade e oferecendo treinamento para os nossos policiais", disse.

Na entrevista coletiva desta terça-feira, Braga Netto voltou a deixar claro que ele e sua equipe ainda estão em fase de estudos e planejamento a respeito do que fazer no Rio de Janeiro. Assim, "num primeiro momento", disse ele, "toda a sistemática" da segurança pública fluminense será mantida e "cada órgão continuará fazendo o seu papel" com o "suporte" dos militares.

No dia 16 de janeiro, data em que a intervenção foi anunciada pelo governo de Michel Temer, o general havia deixado claro que não tinha planejamento algum pronto. Braga Netto, que é o chefe do Comando Militar do Leste, estava de férias e foi avisado de seu novo posto de interventor horas antes de ser colocado em frente aos jornalistas para explicar a intervenção.

Também nesta terça, o general indicou que os militares não assumirão a linha de frente na segurança pública. Destacou que não haverá ocupações em favelas e comunidades, mas "ações pontuais" que podem se prolongar, e afirmou que a intervenção terá caráter "gerencial". Braga Netto se esquivou ao ser questionado sobre a corrupção das polícias e disse que um dos objetivos é "fortalecer a corregedoria".

Ainda no que diz respeito ao gerenciamento da segurança pública, o general Mauro Sinott, chefe de gabinete da intervenção, afirmou que a reposição de efetivos e de viaturas são dois "gargalos" a serem resolvidos. 

Fonte: Carta Capital

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