Em todo o país, mulheres dizem não ao conservadorismo

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Milhões de mulheres de todo o país disseram não ao machismo, ao racismo, à LGBTfobia e ao recrudescimento do conservadorismo. As manifestações ocorreram no sábado (29), em mais de 200 cidades brasileiras, em 26 estados e no Distrito Federal. Os docentes das instituições de ensino atenderam ao chamado do ANDES-SN, via seções sindicais e secretarias regionais, e se somaram às mobilizações.

As manifestantes portavam cartazes, camisetas e bandeiras com frases sobre a luta contra o machismo, a LGBTfobia e o racismo. Em Aracaju, um grande ato público contou com mais de 8 mil mulheres e homens que lotaram as imediações do viaduto do DIA (Distrito Industrial de Aracaju), no último sábado, 29, para mostrar o repúdio ao preconeito e à violência que ameaça o Brasil. Com caráter lúdico, o ato integrou diversas manifestações culturais produzidas e protagonizadas exclusivamente por mulheres artistas sergipanas.

No Rio de Janeiro (RJ), o movimento organizado pelas mulheres reuniu mais de 200 mil pessoas. A concentração foi na Cinelândia e os manifestantes se dirigiram para a Praça XV, também no centro da capital fluminense. Um palco foi preparado para apresentações teatrais e shows. A comunidade acadêmica das universidades federais Fluminense (UFF) e do Rio de Janeiro (UFRJ) estiveram presentes no ato.

Em São Paulo, a concentração ocorreu no Largo da Batata e o ato contou com mais de 500 mil pessoas. Já em Brasília, as manifestantes saíram da Rodoviária do Plano Piloto e caminharam pelo Eixo Monumental até a Torre de TV, ponto turístico da capital federal. Mais de 60 mil pessoas participaram. Nas capitais Salvador (BA), Recife (PE), Fortaleza (CE) e Belo Horizonte (MG) mais de 100 mil pessoas participaram de cada uma das manifestações. Em Porto Alegre (RS) a participação estimada é de 25 mil. Houve grandes atos no interior do país com participação de dezenas de milhares de pessoas, em cidades como Juazeiro do Norte (CE), Campina Grande (PB) e Campinas (SP).

Raquel Araújo, 1ª tesoureira do ANDES-SN, argumenta que os atos superaram as expectativas em todo o Brasil e que eles expressaram muito mais do que a rejeição a um ou outro candidato. “Os atos foram um repúdio das mulheres ao avanço das ideias conservadoras, reacionárias, que expressam a opressão sobre mulheres, negras e negros, LGBTs. Por isso houve tanta adesão”, defende.

Para a docente, os atos materializaram o repúdio e uma vontade de lutar contra todas as formas de opressão e em defesa das liberdades democráticas. “Foi o fenômeno mais importante que ocorreu nesse processo de eleições gerais no país”, avalia a 1ª tesoureira do ANDES-SN. “As pessoas saíram do ato não apenas fortalecidas para lutar, mas reconhecendo que as movimentações de rua são as que fazem a diferença. Saíram embaladas por um sentimento de esperança de que um futuro melhor é possível”, completa Raquel.

Exterior

As manifestações ocorreram também no exterior. Ocorreram atos em cidades como Nova Iorque (EUA), Viena (Áustria), Milão (Itália), Londres (Reino Unido), Paris (França), Berlim (Alemanha), Barcelona (Espanha), Porto, Coimbra e Lisboa, em Portugal, e Buenos Aires (Argentina).

Fonte: ANDES-SN, com edições. Foto destaque de Débora Melo

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