Ex-presidenta do ANDES, Marina Barbosa dá palestra na Adufs

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Marina Barbosa (microfone na mão) é uma das principais lideranças do movimento docente nacional (Roberto Oliveira/ADUFS)
Marina Barbosa (microfone na mão) é uma das principais lideranças do movimento docente nacional (Roberto Oliveira/ADUFS)

Um dia após o tsunami da educação varrer o país com grandes manifestações contra os cortes de 30% nas verbas de universidades e institutos federais, a ex-presidenta do ANDES-SN Marina Barbosa esteve no auditório da ADUFS para o debate "Brasil em crise: universidade, crise e perspectivas", na noite da última quinta-feira (16). 

Além dela, o presidente da ADUFS, Airton Souza, e coordenador-geral do Sintufs, Wagner Vieira, compuseram a mesa. O debate reuniu professores de diversos cursos da UFS e lotou o auditório do sindicato, trazendo para a discussão o momento da educação no país e as perspectivas de luta nos próximos meses. 

Professora da UFJF e uma das maiores lideranças do movimento docente nacional, Marina Barbosa falou por mais de 1h30 e deu uma aula sobre a história da universidade brasileira. Para começar, ela resgatou o trajeto da educação superior no Brasil, fortemente marcada pela dependência econômica, pela submissão aos interesses privados  e pela dificuldade de construir um projeto de nação. 

Depois, Marina sublinhou as transformações pelas quais a universidade passou nos governos FHC, Lula e Dilma até chegar nas gestões Temer e Bolsonaro. Ela lembrou a expansão do acesso nos governos petistas, mas também a priorização de políticas de incentivo à iniciativa privada, como ProUni e Fies.

A ex-presidenta do ANDES-SN continuou o debate listando os diversos ataques à educação pública nos últimos anos, como a PEC do Teto dos Gastos (que limitou os investimentos em saúde e educação por 20 anos), o movimento Escola Sem Partido (que é na verdade a escola do partido único), o fortalecimento de escolas militares (que podem cobrar mensalidades mesmo sob gestão pública) e os cortes de 30% nas verbas de universidades e institutos federais, recentemente anunciados pelo Ministério da Educação. 

A professora da UFJF também analisou o atual momento brasileiro. Na sua opinião, o país hoje vive sob um regime político que reúne medidas democráticas com medidas de exceção. E deu como principal exemplo o envolvimento do Estado com milícias, entre outros. 

Por fim, Marina Barbosa falou sobre os movimentos de resistência em curso, como o sucesso da Greve Nacional da Educação e a luta contra a reforma da Previdência. Para ela, uma próxima mobilização em defesa da educação no dia 30 de maio, convocada pela UNE e pela UBES, pode ser fundamental para a construção da greve geral em defesa da aposentadoria pública no dia 14 de junho. 

Muito aplaudida pelos presentes, Marina Barbosa ainda respondeu perguntas do público, que aproveitou a noite de quinta para prestigiar uma das maiores pensadoras da educação brasileira, ainda sob efeito do tsunami da educação que acendeu uma chama de esperança na luta por direitos no Brasil.  

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