Adufs mobiliza professores e ato da greve geral inunda Aracaju

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Professores da UFS tiveram boa participação no ato da greve geral (Roberto Oliveira/ADUFS)
Professores da UFS tiveram boa participação no ato da greve geral (Roberto Oliveira/ADUFS)

Nem a truculência da Polícia Militar ainda na calada da noite nem as fortes chuvas de junho foram suficientes para desanimar as mais de 5 mil pessoas que inundaram as ruas de Aracaju, nesta sexta-feira (14), no ato da greve geral que parou o Brasil.

A paralisação contra a reforma da Previdência, em defesa da educação e por mais emprego foi convocada pelas maiores centrais sindicais brasileiras (entre elas a CSP-Conlutas), os principais movimentos sociais (reunidos nas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo) e entidades estudantis (como Ubes e UNE). Ao todo, segundo levantamento desta última, a greve geral mobilizou mais de 300 cidades brasileiras.

Em Aracaju, o ato foi da praça General Valadão ao bairro 13 de Julho, cortando o centro, e desaguou num show em pleno calçadão da 13 de Julho, reunindo artistas de luta como Alex Santana, Léo Airplane, Roque Souza e Rafael Oliva. No percurso, o que se viu foi mais um dia de luta repleto de bandeiras, cartazes, faixas, palavras de ordem e até banda de forró. 

A ADUFS marcou presença com o vice-presidente Saulo Silva (que fez uma das intervenções mais emocionadas e aplaudidas do ato), o secretário-geral Marcelo Ueki e dezenas de professores da UFS. Eles carregavam bandeiras do ANDES-SN e vestiam um colete com dizeres contra a reforma da Previdência e em defesa da educação pública. O professor Olinto Silveira também subiu ao carro de som e deixou o recado da categoria, desmistificando as falácias da reforma da Previdência.

Assim como havia acontecido nos dias 15 e 30 de maio, quando atos pela educação tomaram o Brasil, o presidente Bolsonaro foi o principal alvo. Dessa vez, porém, as críticas ao ex-juiz e hoje ministro da Justiça Sérgio Moro roubaram a cena. A palavra de ordem "Lula Livre" foi mais uma vez uma das mais ouvidas no ato, assim como o já tradicional "Ai, ai ai ai, Bolsonaro/Sergio Moro é o c...". 

Além da CSP-Conlutas, a CUT, CTB e UGT marcaram presença no ato. Muitos sindicatos de base como Sintufs, Sinasefe, Sindiscose e Sintese, entre outros, também mobilizaram suas categorias. Entre os coletivos de juventude: Levante Popular da Juventude, Afronte, RUA, Quilombo, UJC, EmFrente, MUP. E movimentos sociais como MST, MTST, MCP etc.

Truculência policial na calada da noite
A madrugada de greve geral em Aracaju ficou marcada pela violência deliberada da Polícia Militar do Estado de Sergipe. Os manifestantes seguiam em direção à garagem da Viação Progresso, na Avenida Marechal Rondon, Zona Oeste de Aracaju, quando foram agredidos gratuitamente com balas de borracha e bombas de gás. Coordenadora estadual do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Najara Santos foi acertada no braço por um dos projéteis. 

"A gente sentou pra negociar com o comandante [da PM] dentro da empresa e ele bateu continência pro representante da Progresso. Não nos ouviram em nenhum momento, nos mostrando bombas o tempo inteiro, o direito de manifestação é legítimo", relatou ao site do Sintufs a professora Sônia Meire, direção nacional do ANDES-SN que estava presente na negociação. 

Segundo a reportagem, um efetivo de ao menos 14 viaturas do GATI, Getam, dentre outros setores da PMSE estiveram em grande número, ameaçando o direito de livre manifestação contra a proposta da reforma da Previdência do Governo Bolsonaro.  Os manifestantes decidiram se retirar do local por volta das 6h, a fim de garantir a integridade física dos cerca das 200 pessoas presentes.

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