Professores se mobilizam contra o programa FUTURE-SE e percorrem campus dos interiores

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Professor Saulo Souza da Diretoria apresenta problemáticas do Programa Future-se em atividade no campus Lagarto
Professor Saulo Souza da Diretoria apresenta problemáticas do Programa Future-se em atividade no campus Lagarto

Na manhã da última terça-feira (30), a comunidade acadêmica da UFS lotou o auditório da Reitoria da Universidade Federal de Sergipe (UFS), para acompanhar de perto a exposição do professor Rosalvo Santos - pró-reitor de Planejamento da UFS, à respeito do programa Future-se, apresentado pelo Ministério da Educação no dia 17 de julho. 

Rosalvo expôs de forma técnica o que é o caráter do programa, que não tem nada de inovador do ponto de vista de captação de recursos, salientando que existem grandes Universidades públicas que desenvolvem ciência e tecnologia de ponta em parceria com grandes empresas, e que tais relações não surgem do dia para a noite, muito menos em um contexto de contingenciamento: "O ponto central é que o MEC resolveu discutir um projeto no qual sua aplicação prática é distante de um curto e médio prazo”.

Foi aberta a plenária para falas de professores, técnicos e estudantes que de maneira crítica vêm o programa como antidemocrático por não ter sido construído em conjunto com as Universidades e especialistas da educação. "Temos que nos unir para lutar contra o future-se porque isso não é futuro, mas sim a privatização da Universidade Pública” afirmou Wagner técnico administrativo organizado pelo Sintufs.

A ADUFS se fez presente no debate a partir da fala do professor Saulo Souza (vice-presidente): “No século XI com o surgimento das primeiras universidades do mundo, tivemos um problema porque a Igreja Católica controlava absolutamente tudo o que era pesquisado e estudado. Sem autonomia não há produção de conhecimento. Temos hoje uma nova ameaça: não a Igreja, mas o mercado. Se apenas o mercado definir o que iremos pesquisar, estamos perdidos”.

Após extenso debate, a vice-reitora Iara Campello e o professor Lucindo José Quintans - pró reitor de pesquisa e pós graduação da UFS, reforçaram a importância de se estudar o programa com profundidade junto a comunidade acadêmica dos outros campus da Universidade, para tomar medidas de forma democrática. "Investir em ciência, educação e cultura é defender a soberania nacional. Temos que debater o Future-se porque precisamos estar preparados, saber o que fazer. Não sabemos se ele vem como Projeto de Lei ou com Medida Provisória, mas ele virá e de forma imposta" afirmou Lucindo.

Debate sobre o Future-se no Campus de Lagarto

Diante do cronograma tirado em plenária no auditório da reitoria, a apresentação e análise técnica do programa seguiu para o campus de Lagarto lotando novamente o auditório, na quarta-feira (31). A ADUFS também esteve presente com a participação dos professores Airton Paula Souza (presidente) e Saulo Souza (vice-presidente), afirmando posição crítica contra a privatização e como perspectiva a defesa da Universidade pública e gratuita. 

Assembleia Geral Extraordinária da ADUFS

Na quinta-feira (01), o professor Rosalvo (Pró-reitor de administração da UFS) participou da Assembleia Geral Extraordinária dos professores da ADUFS para fazer uma explanação técnica sobre o Programa Future-se aos sindicalizados, estudantes e representantes de movimentos sociais.  Na assembleia os professores se posicionaram contra o programa que além de ser considerado inconstitucional, pois sua aplicação passaria por cima de 16 leis, tem como objetivo a privatização da Universidade e do ensino público gratuito. 

Por fim, tirou-se um calendário de atividades de debates pela defesa da Universidade:

(07/08) CCAA, auditório da Zootecnia, Campus São Cristóvão. A partir das 14h30

(08/08) CCBS, local a definir. A partir das 14h.

(09/08) Campus do Sertão. A partir das 10h.

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