1. Estamos ainda numa pandemia onde um vírus com potencial grau de letalidade tem demonstrado nossa situação de "anormalidade". Diante desta situação, fomos empurrados para um sistema de "aulas remotas" pelas administrações das universidades e numa situação visivelmente precária, tanto para docentes como para discentes. Não houve sequer a possibilidade de pensarmos um conjunto de atividades que substituísse as aulas obrigatórias.

2. As aulas remotas indicam, já na primeira semana de aula, os limites pedagógicos. As dificuldades de aprendizado já aparecem com força. Temos mais dispersão do que aprendizado. Nossas casas não são habilitadas para serem salas de aula da noite para o dia;

3. Percebemos que as redes de internet são falhas e caem sempre. Quando a rede fica sobrecarregada de acessos, temos as quedas inevitáveis e prejudicam a aula, a concentração e continuidade... Lembremos bem: aula não é Live!;

4. Ainda temos muitos docentes com dificuldades de trabalhar nas plataformas disponíveis. Não fomos suficientemente preparados para tais plataformas e para sua operação em formas de aulas. O tempo de preparação foi muito curto;

5. Uma questão ronda nossas aulas remotas: a segurança dos conteúdos. O Brasil vive uma situação de polarização ideológica acelerada e os confrontos constantes são vistos nas ruas e nas redes sociais. A sociabilidade nesse momento anda profundamente prejudicada. As aulas remotas, nas condições que estão sendo ministradas, não oferecem segurança aos docentes;

6. A liberdade acadêmica está em risco. Os constrangimentos começam a aparecer nessas aulas e leva o docente a insegurança e a um sentimento de solidão nessas salas virtuais sem precedentes. Atentemos a essa situação cotidiana;

7. Na Resolução que regulamenta as aulas remotas da UFS, temos a obrigatoriedade de gravar as aulas para atender os estudantes que têm dificuldade de acesso às aulas síncronas. A administração da UFS quer fazer festa com chapéu alheio, ou seja, passar a imagem que está preocupada com a situação dos estudantes obrigando os docentes a gravar aulas que podem ser motivos de processos ou perseguições. Até parece que a administração da UFS não percebe o Brasil atual que estamos desde 2018;

8. A necessidade de investimento (ao menos para alguns/algumas) em(na):

i.Aquisição de computador pessoal;

ii.Contratação de provedor de Internet com velocidade compatível com o ensino remoto;

iii.Compra de acessórios, a exemplo de mesa digitalizadora, webcam etc.;

iv.Adaptação no layout da sua residência; entre outros.

 

Nesse sentido, estamos convocando a todos e todas para uma Assembleia Geral onde discutiremos essas aulas remotas e as formas políticas e jurídicas de proteção dos/as docentes. Acontecerá nesta sexta, 30/10, às 15h. Leia aqui a convocatória.

 

Diretoria da ADUFS