Assembleia da ADUFS aprova indicativo de Greve Sanitária contra aula presencial durante pandemia
Expressando que a defesa da vida e da saúde deve ser a prioridade no atual momento do país, as professoras e professores da Universidade Federal de Sergipe, em Assembleia Geral na manhã da última sexta (16), aprovaram, por unanimidade, o indicativo de Greve Sanitária caso haja alguma determinação para retorno às aulas presenciais durante o grave período de pandemia.
É importante destacar que Greve Sanitária não significa a interrupção das atividades laborais, mas a continuidade da realização no formato remoto, como forma de proteção às vidas de todas as pessoas que circulam pela UFS.
Na Assembleia, a categoria repudiou a aprovação, na terça-feira (13), do regime de urgência do Projeto de Lei 5595/2020 pela Câmara dos Deputados. Pelo PL, fica proibida a suspensão das atividades educacionais em formato presencial nas escolas e universidades durante a pandemia.
“Não iremos colaborar com o genocídio”, frisou o professor Romero Venâncio, presidente da ADUFS, ressaltando que o PL coloca em risco a vida de docentes, estudantes, técnico-administrativos e suas famílias.
Entendimento semelhante foi apresentado pela professora Janaina Mello ao afirmar que “voltar presencialmente seria chancelar a ideia de que há segurança sanitária na UFS para aulas presenciais, o que sabemos não existir. A responsabilidade das mortes seria colocada em nossa conta também e jamais iremos contribuir com mortes”.
Outros encaminhamentos
Além do indicativo de Greve Sanitária, as professoras e professores da UFS aprovaram a elaboração de uma carta direcionada aos deputados federais de Sergipe, expondo os perigos de aprovação do PL 5595, e o envio de um documento ao CONEPE.
Foi encaminhada também a solicitação de uma audiência com o reitor, para que a Reitoria da UFS se posicione contra o PL, preste informações sobre condições de biossegurança da universidade e tome em consideração os estudos feitos por pesquisadores da própria UFS que alertam para as consequências drásticas de um possível retorno às atividades presenciais na universidade.
Na oportunidade foi definida também a realização de uma campanha de mídia que chame a atenção para os perigos do retorno presencial, considerando que, em condições normais, a UFS movimenta milhares de pessoas todos os dias.
Outros encaminhamentos da Assembleia foram: envio de documento ao CONEPE com as mesmas preocupações sobre o retorno presencial neste momento; consulta ao ANDES sobre possibilidade de ação jurídica contra o PL 5595; realização de Live sobre o PL; diálogo com DCE sobre questão dos estágios durante a pandemia; e ações articuladas com outras entidades.
Indicativo de Greve Sanitária em nível nacional
Vale mencionar que a aprovação do indicativo de Greve Sanitária caso seja determinado o retorno presencial é uma ação articulada pela categoria docente em todo o país.
Desde fevereiro deste ano, quando o Ministério da Educação iniciou movimentações pela volta das aulas presenciais, que professoras e professores de diferentes partes do país têm aprovado essa possibilidade, a exemplo dos docentes da UFES, UFRGS, FURG, UESPI, UFLA, UFAM. Abaixo, algumas matérias sobre isso.
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