8 de Março: Mulheres tomam as ruas por mais direitos e pelo fim da violência

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Mulheres trabalhadoras, camponesas, sindicalistas, estudantes, LBTs reuniram-se na Praça General Valadão durante o Ato Unificado do Dia Internacional de Luta das Mulheres, organizado pelo Fórum de Mulheres de Sergipe. 

Neste ano, o mote trazido para as ruas foi "Pela vida de todas as mulheres, nenhum direito a menos. Sem anistia para golpistas", que reforça a urgência de lutar contra as ameaças à Democracia e contra os retrocessos políticos dos últimos anos, que atingiram especialmente as mulheres mais pobres.

A professora de Serviço Social da UFS e Secretária Geral da Adufs Milena Barroso representou a Associação durante o Ato do 8 de Março. "Não há luta da classe trabalhadora sem a luta das mulheres", frisou ao lembrar as desigualdades que as mulheres ainda vivenciam em diversos espaços e defender a pararidade de gênero como política contra o machismo.

Milena também destacou a centralidade da luta pelo fim da violência em um país recordista em casos de feminicídio. Uma mulher é morta a cada seis horas no Brasil, segundo o mais recente Monitor da Violência do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). 

Manifesto Político

A manifestação percorreu alguns pontos do Centro da capital sergipana e fez duas paradas nas casas legislativas do Município e do Estado. Na Câmara Municipal, não foi possível que o conjunto de manifestantes entrassem na Casa e parte da vereança foi até a entrada da CMA para ouvir as reivindicações do grupo e receber o Manifesto que traz dados importantes sobre como crise sanitária que enfretamos com a Covid e a fome impactam drasticamente a vida das mulheres. O feminicídio também é apontado no documento como um grave problema. Em Sergipe, 94% das mortes por violência de gênero foram de mulheres negras! 

Nas duas casas legislativas, a recepção ao movimento foi acanhada. Na Câmara, as vereadoras Ângela Melo (PT) e Sonia Meire (PSOL) foram as interlocutoras. Já na Alese, as mulheres organizadas foram recebidas por Linda Brasil (PSOL). O documento político do grupo foi entregue tanto na CMA, quanto na Alese.

Ao final do ato, foi informado pela organizadoras que haverá uma Sessão Especial da CMA, no dia 13 de março, às 9 horas da manhã, com o objetivo de promover o debate sobre as demandas das mulheres que tem seus direitos violados na cidade de Aracaju e traçar encaminhamentos junto ao poder público para a solução dos problemas. A Sessão será no Plenário da Câmara Municipal de Aracaju (Praça Olímpio Campos, 74).

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Matéria e fotos: Bárbara Nascimento.

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