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COMISSÃO ESTADUAL DA VERDADE “PAULO BARBOSA DE ARAÚJO” (2015-2020): Memórias de “passados atrozes” na crise da democracia brasileira

Dr. Antônio Fernando de Araújo Sá: professor titular do Departamento de História da Universidade Federal de Sergipe, doutor em História pela Universidade de Brasília.


RESUMO: O artigo analisa a trajetória da Comissão Estadual da Verdade “Paulo Barbosa de Araújo”, em Sergipe, situando-a nos quadros da mudança do regime de historicidade, com a fratura do regime de tempo moderno, que resultou no giro ético-política na historiografia em que não é possível mais descrições neutras do passado e do presente. Numa primeira parte, reconstrói-se a luta pela sua constituição por parte de movimentos sociais da memória que, ao lado das políticas de reparação do Estado, desempenharam papel relevante para a construção de uma cultura política pública e democrática do direito à memória e à verdade. Na sequência se analisa o relatório final da Comissão, publicado, em 2021, em que o sintagma do “Para que não se esqueça, para nunca mais aconteça” delineou toda a narrativa, definida pela imposição moral do “dever de memória”. Por fim, mesmo que não haja uma relação linear entre memória e democracia, o relatório trouxe importantes nexos entre o passado ditatorial e os impasses atuais da democracia, reiterando a necessidade de construção de uma cultura crítica da memória, com ênfase na defesa dos direitos humanos contra os retrocessos autoritários e negacionistas, defendidos na política de memória do governo Jair Bolsonaro.

Palavras-chave: Comissão da Verdade, Memória, Ditadura no Brasil (1964-1985), Justiça de Transição,
Democracia.

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