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No dia 1º de maio, em pleno ato do Dia Internacional das Trabalhadoras e Trabalhadores em Aracaju, fomos surpreendidos com a denúncia oferecida pelo movimento estudantil da UFS, sobre a interferência da atual Reitoria da UFS, por meio da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PROEST), no processo de escolha de discentes ao Conselho Superior (CONSU) e Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CONEPE).

Há mais de quarenta anos o DCE organiza, de forma autônoma, a escolha de seus representantes discentes junto aos Conselhos Superiores da UFS. Nesses longos anos, as sucessivas administrações da UFS, têm participado do processo apenas como observadora, a exemplo do que essa própria gestão fez em 2023, legitimando a autonomia da entidade na constituição da comissão eleitoral e do cronograma eleitoral para o CONSU/CONEPE.

Neste ano, ao que tudo indica, a Reitoria quer fazer diferente, conforme podemos constatar pelos conteúdos das mensagens enviadas pela PROEST ao DCE. Nos e-mails, além de lembrar o fim do mandato dos representantes discentes nos Conselhos e o mandato do DCE (já ampliado pelo Conselho de Entidades de Base/DCE), invoca os artigos 14 e 17 e seu respectivo parágrafo 4º, do Estatuto da UFS, que estabelecem que o processo de eleição dos estudantes será “coordenado” pela já citada Pró-Reitoria.

Os dispositivos citados pela Reitoria para justificar a conduta atual existem desde 2007 e, mesmo assim, as diferentes gestões com seus respectivos reitores sempre respeitaram a autonomia e o protagonismo do DCE nesse processo.  

Ora, o que fez a atual administração da UFS reivindicar, agora, neste momento em que está posto pela comunidade acadêmica, por meio das suas representações legitimas (SINTUFS, ADUFS e DCE), o processo de escolha da nova Reitoria, esse papel INTERVENTOR, quando sempre esteve na posição de OBSERVADOR, respeitando a autonomia da entidade estudantil? A resposta é simples: interferir na composição do Colégio Eleitoral Especial da instituição para favorecer seus interesses na escolha de Reitoria e Vice ao período 2024-2028.

Ressalte-se, por ser fundamental à compreensão da situação atual, que a representação estudantil conta com 5 (cinco) assentos no CONSU e mais 5 (cinco) no CONEPE, o que não é pouco.

Além desse movimento, a Reitoria convocou a direção do Diretório Central dos Estudantes, para que estes apresentassem documentos pessoais (!!!)  e documentos referentes ao mobiliário e ao comodato do prédio onde funciona o DCE. Ora, com qual motivação a Reitoria convoca dirigentes estudantis para apresentar documentos pessoais, quando todos eles estão regularmente matriculados? A UFS tem acesso à identidade desses estudantes por meio de suas matrículas institucionais.  Manifesta está a intenção de intimidação. Afinal, trata-se de uma autoridade institucional convocando estudantes matriculados a apresentarem documentos pessoais, sem uma razão declarada e legalmente fundamentada.

Quanto a requerer documentos do mobiliário e do uso do prédio, entendemos que a UFS está autorizada a controlar o seu patrimônio. Mas, é esse o momento adequado para isso? Afinal de contas, o prédio está localizado no Campus.  O poder, sabemos todos, se exerce concretamente ou simbolicamente.

A comunidade universitária precisa entender que, ao atuar no sentido de criar razões para deslegitimação da entidade, diminuindo seu protagonismo e autonomia na solução das questões que envolvem os interesses políticos dos estudantes, o que pretende a Reitoria é fragilizar as lideranças estudantis, as suas instituições. Com qual objetivo?

Não é muito lembrar que a representação estudantil conta com 5 (cinco) assentos no CONSU e mais 5 (cinco) no CONEPE, que podem ser decisivos no Colégio Eleitoral. Sem contar que revela a intenção mais velada de novamente passar o tapetão na comunidade acadêmica e realizar um processo eleitoral de representação e não de eleição direta!

Não esquecemos o que aconteceu em 2020, quando o atual Reitor e Vice-Reitor não foram eleitos pela Consulta Pública Paritária. Sequer se candidataram formalmente no processo eleitoral deflagrado pela comunidade universitária e, muito menos, apresentaram suas propostas de gestão ao crivo da comunidade. Em plena pandemia da Covid 19, aplicaram um golpe em toda a comunidade universitária e na sociedade sergipana, levando a eleição ao Colégio Eleitoral Especial, formado pelos Conselhos, em que há grande número de representantes de cargos administrativos de livre escolha do Reitor, numa sessão virtual repleta de atropelamentos, ocorrida em 15 de julho de 2020.

Com a possibilidade de controlar a eleição discente e ferindo a autonomia do DCE, a atual administração da Reitoria - que se candidata à reeleição – pretende conquistar 10 votos ou boa parte deles em seu favor, daí a necessidade inafastável da vigilância da comunidade e da sociedade sergipanas sobre este processo.

As entidades que assinam esta nota repudiam a ação da Reitoria, exigem respeito à autonomia do Diretório Central das/os Estudantes da UFS e fincam posição acerca da Consulta Pública Paritária.

NÃO ADMITIREMOS OUTRO GOLPE NA DEMOCRACIA DA UFS!

DIRETAS NA UFS, JÁ!

 

São Cristóvão, 7 de maio de 2024

 

Diretoria da ADUFS

Coordenação Executiva do SINTUFS

 

 

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