Nota da Comissão Eleitoral sobre o Colégio Eleitoral Especial e a continuidade da Consulta Pública na UFS

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A Comissão Eleitoral da Consulta Pública para a Reitoria e Vice-Reitoria da UFS vem a público expressar o seu repúdio e indignação quanto à sessão ocorrida nesta quarta-feira (15/07) no Colégio Eleitoral Especial da UFS, onde foi escolhida de forma indireta, autoritária e antidemocrática, por parte da atual gestão da UFS, a lista tríplice com os nomes indicados para a próxima gestão. A lista deverá ser enviada ao Ministério da Educação para a escolha do nome a ser empossado, isto porque não é uma imposição legal a escolha do primeiro (a) da lista. De qualquer forma, o fato é que nesse Colégio Eleitoral os nomes mais votados (37 votos) para os cargos de reitor e vice são de dois candidatos que não concorreram como as outras 4 chapas, durante os 7 meses de consulta à comunidade acadêmica.

Portanto, trata-se de um golpe!

Salientamos ainda, como temos feito desde a formação desta Comissão, em janeiro do corrente ano, nosso compromisso em afirmar a democracia direta na UFS que, desde 1984, conta com o voto das diversas categorias da comunidade. Neste ano, com as correntes intercorrências já relatadas em outras notas da comissão, especialmente a suspensão das aulas como medida preventiva à pandemia da Covid-19, a Consulta também ficou suspensa, não pôde acontecer a fase de colhimento de votos, devido à impossibilidade de realização de uma eleição presencial, formato definido pela comunidade acadêmica em duas Assembleias Gerais Universitárias.

Posteriormente, o único cenário que se apresentava era a eleição online, e optou-se pelo uso do SIGEleição que é da própria UFS e já foi usado em outra Consulta Pública, a qual elegeu o atual reitor que agora ataca a democracia universitária. Novamente, a Reitoria mostrou que o interesse da mesma era, unicamente, eleger um sucessor de seu projeto e se manter no poder, ignorando o debate de propostas, não participando de um processo justo e paritário, no qual há efetivo envolvimento da comunidade no debate político e acadêmico sobre os projetos de universidade apresentados. Esse fato deixa explícito o descompromisso com a democracia, o autoritarismo, e o desrespeito à comunidade acadêmica por parte do atual gestor da UFS. Enquanto gestor de uma instituição cuja finalidade é o ensino, a pesquisa e a extensão deveria dar o exemplo de civilidade e de respeito ao divergente, e não assumir uma postura antidemocrática e autocrática.

Diante dessa situação, a Comissão Eleitoral da Consulta Pública, visando cumprir o papel histórico que lhe foi outorgado pelas categorias que a compõe (Discentes, Técnicos e Docentes), informa que continuará trabalhando para referendar a vontade da comunidade acadêmica. Não desistiremos de dar vez e voz aos mais de 30 mil membros desta Universidade Federal, única instituição universitária pública de Sergipe. Continuaremos lutando até o fim para manter a participação irrestrita da comunidade nos processos decisórios da UFS; não aceitaremos este golpe de braços cruzados!

Enquanto houver chapas interessadas em seguir o processo eleitoral tradicional e recorrer ao voto de toda a comunidade para legitimar não somente a sua candidatura, mas o seu projeto de gestão, estaremos sempre dispostos a realizar a nossa tão importante consulta paritária.

Ao fim e ao cabo, conclamamos a todos e todas para fortalecerem a democracia na UFS. Não deixemos que as intercorrências antidemocráticas alterem a tradição de participação popular na UFS, conquistada com muita luta. Vamos em frente, até o fim, em defesa da Consulta Pública democrática e paritária.

São Cristóvão, 16 de julho de 2020.

Comissão Eleitoral da Consulta Pública para a Reitoria e Vice da UFS

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