Unidade e Luta. Esse é o nome da gestão da Diretoria da Associação dos/as Docentes da Universidade Federal de Sergipe que tomou posse na última sexta-feira, 11/12, para o biênio 2020-2022.

O nome da gestão não poderia ser mais representativo dos desafios que as professoras e professores – e o conjunto da classe trabalhadora – têm nos dias atuais, afinal é preciso unidade na construção das ações e luta permamente contra os retrocessos sociais, a retirada de direitos e as tentativas de destruição da educação e dos serviços públicos.

“Temos consciência dos limites da ciência e de como esta se construiu no mundo moderno, mas sabemos de sua importância nos dias atuais. Nesse sentido, enfrentaremos negacionistas e fundamentalistas dentro e fora da universidade. Queremos um Brasil plural, democrático e que não tenha como horizonte o ódio gratuito e ideologizado como instrumento de uma extrema direita nefasta”, afirma o grupo na carta-programa com que se apresentou para o conjunto da categoria.

O presidente da entidade, professor Romero Venâncio, pontua a gravidade da conjuntura nacional de um modo geral e, em particular, da educação pública e da classe trabalhadora. “Vivemos um momento de destruição da educação, de intervenções e autoritarismos nas universidades, de um ensino remoto que tem gerado sérios problemas e de um avanço perigoso da extrema-direita dentro e fora da universidade. Por isso, será preciso muita unidade com todos que não querem ver a destruição efetiva da UFS e de toda a educação pública brasileira”, enfatizou.

Além do binômio unidade-luta, a nova gestão da ADUFS é marcada também pelo binômio docência-militância. Romero, que saiu de uma banca de doutorado direto para a posse, sintetiza: “somos professores e militantes. Não existe o professor universitário que é unicamente intelectual ou que vira as costas para a realidade. Toda essa gestão é formada por professoras e professores que têm compromisso com o ensino, a pesquisa e a extensão e também com a transformação da realidade”.

Outra característica do grupo é a reunião de múltiplas diversidades, de gênero, racial, de áreas do conhecimento, de níveis de experiência sindical e de correntes de pensamento. “Temos numa mesma gestão pessoas de diferentes coletivos e assim queremos construir, com o sindicato sendo um espaço de convergência de todos que o compreendem como fundamental para a luta classista”, expressou Josefa Lisboa, vice-presidente da ADUFS.

Professora do campus de Itabaiana, Josefa ressaltou também que o método de construção das ações será privilegiando a participação do conjunto dos professores e professoras. “Queremos nos colocar abertos para ouvir todas as contribuições, nas Assembleias, nas idas à nossa sede, pelos nossos meios de comunicação, com a categoria ajudando na orientação política e nos alertando para questções que não estejamos observando”, disse.

Josefa salientou também a continuidade da autonomia sindical como princípio da gestão. “Assim como a gestão anterior, manteremos a nossa necessária autonomia em relação a qualquer gestão que a UFS, o MEC e o Governo Federal tenham, e manteremos sempre a nossa orientação de defesa dos direitos da nossa categoria e da educação pública”, apontou.

Continuar e aprofundar o trabalho em curso

Um compromisso expresso durante a Assembleia de posse foi a continuidade e aprofundamento do trabalho desenvolvido pela gestão que finalizou o mandato na última sexta.

“A gestão 2018-2020 colocou a ADUFS em um outro patamar de relação política. Inúmeras vezes apoiou eventos como a Semana de Visibilidade Trans, atividades contra o racismo desenvolvidas pelo NEABI, sobre temáticas indígenas. Ou seja, colocou a ADUFS ao lado dos mais vulnerabilizados da sociedade, demonstrando que a nossa ação é não apenas para dentro dos muros da universidade”, destacou Romero.

Bastante emocionado com o término da sua gestão enquanto presidente da ADUFS, o professor Airton de Paula Souza lembrou que do primeiro ao último dia não houve qualquer sossego do sindicato na defesa da educação pública, dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras e da democracia.

“O nosso mandato já começou com uma greve de dois meses contra a Emenda Constitucional 95, fizemos lutas contra a Reforma da Previdência, nos mobilizamos contra o FUTURE-SE, que significa a privatização total da Universidade, participamos de atos contra a privatização da Petrobrás e contra a hibernação da Fafen, isso para citar apenas algumas das ações. E agora passamos para a nova diretoria com o enfrentamento direto contra duas intervenções na UFS, uma do ex-reitor e outra do MEC”, frisou Airton.

Na avaliação dos/as docentes que participaram da Assembleia de posse, uma das principais qualidades políticas da gestão anterior foi a capacidade de articular a unidade entre diferentes organizações. “Não temos dúvida sobre a necessidade de unidade do movimento sindical, social, popular e estudantil. Ou nos unimos e lutamos juntos ou não teremos conquistas. Esse é um dos princípios da nossa concepção sindical. Por isso que durante toda a gestão priorizamos a construção coletiva e unificada da mobilização, através de reuniões, diálogos diretos e atividades de rua”, relatou o ex-presidente da ADUFS.

 

Nomes dos/as integrantes da Diretoria e do Conselho de Representantes

DIRETORIA – “UNIDADE E LUTA”

Presidente: Romero Júnior Venâncio Silva

Vice-Presidente: Josefa de Lisboa Santos

Secretário Geral: Marcelo Massayoshi Ueki

Diretora Administrativa e Financeira: Beatriz Tupinambá Freitas

Diretor Acadêmico Cultural: Edineia Tavares Lopes

Primeiro Suplente: José Jailton Marques

Segundo Suplente: Edisio Oliveira de Azevedo

Terceira Suplente: Elyson Adan Nunes Carvalho

 

Conselho de Representantes

Categoria Docente Associado: Christiane Senhorinha Soares Campos (titular) e Wilton Walter Batista (suplente)

Categoria Docente Adjunto: Marilene Santos (titular) e Zora Ionara Gama dos Santos (suplente)

Campus de São Cristovão, CCSA: Andrea Depieri de Albuquerque Reginato (titular) e Geraldo Adriano Godoy de Campos (suplente)

Campus de São Cristovão, CECH: Tereza Simone Santos de Carvalho (titular) e Sandra Raquel Santos de Oliveira (suplente)

Campus de São Cristovão, CCET: Jeferson Arlen Freitas (titular) e José Kaio Max Alves do Rego (suplente)

Campus de São Cristovão, CCBS: Alexandre Luna Candido (titular) e Maria Goretti Fernandes (suplente)

Campus de São Cristovão, CCAA: Sandra Menezes Walmsley (titular) e Gabriel Isaias Lee Tunon (suplente)

Colégio de Aplicação: Marlucy Mary Gama Bispo (titular) e Carlos Alberto Barreto (suplente)

Campus de Itabaiana: Livia Jessica Messias de Almeida (titular) e Daniel Almeida da Silva (suplente)

Campus do Sertão (Glória): Ana Claudia Campos (titular) e Felipe Tenorio Jalfim (suplente)