Na tarde desta quinta-feira (11), professoras e professores da UFS participaram da Assembleia Geral da categoria, convocada pela ADUFS, para discutir a situação docente no contexto do trabalho remoto, as eleições de Centro da Universidade e a possibilidade de retorno presencial às aulas.

A realização de eleições de Centro sem o protagonismo da comunidade acadêmica, conforme previsto na Portaria nº 196/2021, assinada pela interventora, foi repudiada pelos presentes à Assembleia.

Na avaliação de Elyson Carvalho, diretor da ADUFS, “estamos diante de mais um golpe, que reforça a escalada autoritária em curso na UFS. Diretores de Centro têm, por exemplo, voto no CONSU e no CONEPE. Com a Portaria publicada pela interventora, a regra do jogo sai do controle da comunidade acadêmica e passa a ser determinada, de forma autoritária, unicamente pela gestão”.

Ao falar sobre o impacto da referida Portaria para a UFS, Josefa Lisboa, vice-presidenta da ADUFS, lembrou de episódios anteriores de ataques à democracia na Universidade. “O Conselho Eleitoral Especial, na prática, ataca a autonomia. As entidades não poderão tocar o processo eleitoral, semelhante ao que aconteceu nas eleições do Campus de Itabaiana”, lembrou a professora.

Outros docentes ressaltaram que a Portaria está, inclusive, em descompasso com o com o Estatuto da Universidade. A professora Vera Nubia, do Departamento de Serviço Social, lembrou ainda que “historicamente as direções chamavam eleição direta com votos diretos de servidores e discentes vinculados”.

A respeito desse ponto, diante dos recorrentes ataques à autonomia universitária e da situação de instabilidade provocada pela possibilidade de volta presencial às aulas sem que haja controle da pandemia e vacinação para todos/as, a Assembleia encaminhou a elaboração de um documento de conjuntura destinado ao conjunto da categoria.

A ADUFS também deve organizar uma atividade virtual com cientistas da UFS que pesquisam a situação da Covid-19, tentando a presença da interventora. A Associação vai buscar ainda diálogo com SINTUFS, DCE e APG, entidades representativas de técnicos-administrativos, estudantes e pós-graduandos, respectivamente, para realizar uma Assembleia Geral Universitária contra o retorno das aulas presenciais.