Assembleia de docentes da UFS reafirma luta por democracia e autonomia universitária

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Na tarde desta terça, 23/03, em Assembleia Geral da categoria, professoras e professores da UFS avaliaram a nomeação de Valter Joviniano para a Reitoria da instituição e refletiram sobre o cenário da educação pública superior no país.

Para a vice-presidenta da ADUFS, professora Josefa Lisboa, não é possível “prescindir da análise de todo o cenário de ataques à educação, da pandemia, das mortes e do quanto isso dificulta as mobilizações”.

Neste sentido, Josefa ressalta que “o reitor recém empossado não nos representa, mas há agora uma abertura para o debate político no interior da universidade, diferente da interventora anteriormente nomeada pelo MEC”. Para a dirigente sindical, é essencial “manter a luta por uma universidade democrática, pautar nossa agenda com essa Reitoria, defender eleições democráticas e paritárias para os Centros e persistir na defesa do ensino remoto enquanto não tivermos vacinação em massa”.

Avaliação semelhante é compartilhada pela professora Christiane Campos, para quem o momento atual reflete a necessidade de aprofundamento do processo democrático e da autonomia das universidades.

“A interventora representava a intervenção direta do MEC na UFS. A indicação dela foi pelo critério de alinhamento religioso e ideológico. Discordamos completamente do processo que levou Valter à Reitoria, e já evidenciamos o quanto isso fere a democracia interna, mas a sua nomeação espelha nas universidades a incompletude da nossa democracia”, afirmou Christiane.

Na mesma perspectiva, a professora Andrea Depieri, do Departamento de Direito, disse que “é preciso reconhecer que a Consulta Pública debateu programas e propostas de universidade e o atual reitor não participou desse processo, o que é bastante problemático, mas não pode ser comparado com a gravidade legal e política da intervenção”.

Neste sentido, após horas de discussão sobre os desafios tanto das professoras e professores quanto do conjunto da comunidade acadêmica da UFS, a Assembleia aprovou uma Nota de repúdio dirigida ao CONSU e CONEP sobre ilegitimidade da nomeação de um reitor que não participou da Consulta Pública e não apresentou proposta para a UFS.

Em defesa da democracia e da autonomia na UFS, a Assembleia aprovou que levará à Reitoria a proposta de eleições democráticas e paritárias para os Centros e o pleito de revogação da portaria 196/2021, que versa sobre a eleição para Diretores e Vice-Diretores do CCSA, CCET, CECH, CCBS, CCAA e Campus de Laranjeiras.

A respeito das eleições para Centros, a professora Vera Núbia, do Departamento de Serviço Social, frisa que na Portaria “não há referência ao decreto que trata de situação emergencial e reunião remota e nem mesmo às portarias de suspensão de atividades presenciais da UFS, o que leva ao mesmo problema de procedimento da eleição para reitoria. Agora isso se agrava, porque se já passamos por situação de imposição de processo na justiça, há permanência e não correção do erro”.

A Assembleia Docente definiu ainda outros encaminhamentos, como Manutenção e aprimoramento do Ensino Remoto enquanto durar a pandemia e não houver vacinação em massa e segurança sanitária; avaliação e aprimoramento do Ensino Remoto, com vistas a amenizar o adoecimento de docentes, discentes e servidores técnico-administrativos; defesa das políticas afirmativas e do caráter laico da Universidade Pública; e participação das entidades representativas da comunidade acadêmica no Grupo de Trabalho de Biossegurança da UFS.

 

 

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