UNIVERSIDADE SEM ASSÉDIO

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Nesta terça-feira (17), celebramos o Dia Nacional de Combate ao Assédio Moral/Sexual nas Universidades, Institutos Federais (IF´s) e Centros Federais de Educação Tecnológica  (CEFET´s). A data foi aprovada lá em 2018, no 38º Congresso do ANDES, e visa ampliar o debate com a comunidade acadêmica sobre como identificar e combater o assédio no ambiente acadêmico.

Durante o governo Bolsonaro, pelo menos 25 instituições foram alvo de intervenção na nomeação de reitores e reitoras. Esse ataque à autonomia universitária criou um ambiente hostil, responsável pelo agravamento dos casos de assédio moral e dos adoecimentos na comunidade acadêmica. A situação é ainda mais preocupante nos locais em que as intervenções continuam mantidas.

Na Universidade Federal de Sergipe (UFS) não foi diferente. Apesar de sofrer uma breve intervenção de poucos meses com a indicação de Liliádia Oliveira, entrecortado pelo golpe à consulta pública democrática que garantiu a posse do reitor Valter Santana, entre os anos de 2020 e 2021, a UFS não passaria incólume ao ambiente de hostilidade.

Após o escândalo envolvendo algumas denúncias de assédio sexual e moral, com destaque para os casos no Campus da Lagarto, as entidades representantes da comunidade acadêmica fizeram uma série de atividades conjuntas nos campi para expor o tema. Entre os meses de abril e junho foram organizadas um conjunto de mesas de debates, contando com a presença da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (Progep), além de entidades sindicais e estudantis em todos os campi da universidade.

Outro caso que merece destaque é o episódio de violência política de gênero exercida pelo vice-reitor da instituição, Rosalvo Ferreira, contra a conselheira e então diretora do Campus Itabaiana, Joelma Villar, no decorrer de uma reunião de conselho da instituição.  Em resposta, as mulheres de diversos setores da UFS repudiaram a ação do gestor no final de março, em outra reunião do Conselho Universitário.

SEGURANÇA PARA QUEM?

No mês de agosto foi criado o Grupo de Trabalho para Prevenção e Combate a? Violência e Assédio no âmbito da UFS. O GT tem por finalidade a organização de ações de combate ao assédio sexual e moral, além de estabelecer mecanismos de acolhimento às vítimas em todas as searas.

Milena Barroso, secretária Geral da ADUFS e componente do grupo, explica que um dos objetivos do espaço é rever a política de segurança da UFS, além da interlocução com questões referentes a condições de trabalho e valorização salarial. 

O debate do assédio precisa ser ampliado e entendido como parte das condições de trabalho e do debate mais amplo sobre as opressões. Hoje a política de segurança da UFS está focada no patrimônio e nossa luta nessas instâncias é além de denunciar as violências institucionais, provocar a construção de uma política universitária que considere as pessoas em sua diversidade e as opressões reproduzidas pela dinâmica institucional.” Frisou.

CARTILHA DO ANDES

Para contribuir com a questão, o Grupo de Trabalho de Políticas de Classe para as Questões Étnico-raciais, de Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS) do ANDES produziu uma cartilha para ampla distribuição. O documento traz algumas dicas para reconhecer e combater situações de assédio moral e assédio sexual. Para acessar a cartilha, clique aqui.

Com informações do Portal ANDES

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