14M reúne feministas, movimentos e artistas em Aracaju

Até o céu, nublado, cinzento, prestou luto de um ano sem Marielle Franco... Nesta quinta-feira, 14 de março, centenas de pessoas se reuniram no centro de Aracaju para relembrar a luta e a memória da vereadora do PSOL assassinada no Rio de Janeiro.
Mulheres de todas as cores e idades, movimentos de juventude (como o RUA e o Afronte), sindicatos (Sintufs, Sintese, CUT), representantes de partidos políticos (PSOL, PSTU, PT), militantes da CasAmor (casa de acolhimento à população LGBT), do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e artistas dos quatro cantos da cidade pintaram de luta a praça Fausto Cardoso. Líderes religiosos também marcaram presença.
"Foi muito emocionante e fortalecedor encontrar tantas mulheres e pessoas de todas as tribos juntas contra essa onda de ódio e silenciamento que tomou conta do Brasil", avaliou Linda Brasil, liderança da CasAmor.
Os manifestantes se reuniram por volta das 16h em frente à Câmara de Vereadores e seguiram em ato pelo centro da capital, dialogando com a população sobre as causas pelas quais tanto lutou Marielle - em defesa dos direitos humanos, das mulheres, dos negros, da periferia e da igualdade e justiça sociais.
Depois, eles retornaram à praça, onde um trio elétrico serviu de palco para vários artístas de Aracaju. Malu Andrade, Anne Carol, Jaque Barroso, Pérola Negra, Manu Caiane e MC Negratcha, entre outras, se apresentaram para o público em tom de luta no entardecer à beira do rio Sergipe. A cada apresentação, a lembrança: "Marielle, presente! Marielle, presente!"
"Quem mandou matar Marielle?"
Os atos em memória de Marielle Franco, assassinada com tiros na cabeça junto ao seu motorista Anderson Gomes, na noite de 14 de março de 2018, no centro do Rio, espalharam-se pelo Brasil e mundo afora. Os movimentos da Frente Povo Sem Medo e Frente Brasil Popular, além dos movimentos negro, feminista, de juventude, foram às ruas para pedir justiça e mais respostas sobre o assassinato da vereadora do PSOL. Também houve manifestações na França, em Portugal, entre outros.
No início desta semana, a Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu os dois suspeitos, um PM e um ex-PM do Rio de Janeiro, de serem os assassinos de Marielle. Ambos são ligados às milícias que enfestaram a capital carioca e hoje comandam não apenas territírios, mas tráfico de armas e mesmo campanhas políticas.
Segundo a polícia, um dos homens tdirigiu o carro utilizado na noite do crime, enquanto o outro realizou os disparos. Na mesma operação, os investigadores apreenderam 117 fuzis armazenados, carro blindado e munição de alto calibre. Um dos acusados de assassinar Marielle, aliás, é vizinho do presidente Jair Bolsonaro num condomínio de luxo na Barra da Tijuca, onde foi preso.
Diante da prisão dos prováveis assassinos, portanto, os atos pelo país focaram na pergunta: "quem mandou matar Marielle?". Quais os principais motivos? Quem protege a milícia responsável por apertar o gatilho? Quem financia suas operações? É a mesma milícia do caso Fabrício Queiroz, que também envolveu o nome e toda a família de Jair Bolsonaro? São perguntas pertinentes - e que o Brasil precisa responder.
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