Docentes da UFS aprovam ações contra a intervenção e em defesa da autonomia e democracia na universidade

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Numa Assembleia com a presença de 103 participantes, na tarde dessa segunda-feira, 23/11, professoras e professores da Universidade Federal de Sergipe avaliaram a situação envolvendo a Reitoria da instituição.

Por unanimidade, o conjunto dos docentes presentes à Assembleia se posicionou contra qualquer intervenção – interna ou externa – e em defesa da autonomia e democracia universitária.

As professoras e professores se posicionaram também em defesa da Consulta Pública para a Reitoria, realizada pelas entidades que representam a comunidade acadêmica da UFS, entre dezembro de 2019 e agosto deste ano.

Foi definida também a participação da categoria no Ato Público que será realizado na manhã dessa terça-feira, 24/11, no Hall da Reitoria, como forma de denunciar a intervenção e reivindicar respeito à Consulta Pública.

Após mais de duas horas de discussão, a Assembleia aprovou, por maioria, que a Diretoria da ADUFS solicite uma reunião com a reitora pró-tempore. Foi ressaltado que esse pedido não significa reconhecer a intervenção, mas ouvir da nomeada pelo MEC se há disposição em formar uma lista tríplice respeitando a Consulta Pública ou se o desejo é implementar uma política desrespeitosa à comunidade acadêmica.

Caso a solicitação seja aceita, a Assembleia aprovou que devem representar a categoria na reunião: três integrantes da diretoria do sindicato e duas professoras da base, Andrea Depieri e Silvana Bretas.

Outros encaminhamentos

A Assembleia Geral docente aprovou também que a ADUFS deve participar como amicus curiae dos processos que estão em curso na Justiça Federal, em qualquer instância, relacionados à Reitoria da UFS.

Os professores e professoras encaminharam ainda a elaboração de um documento público com os posicionamentos coletivos aprovados na Assembleia e a confecção de faixas, em parceria com o SINTUFS, denunciando a intervenção e em defesa da autonomia e da democracia.

Avaliações

De acordo com o presidente da ADUFS, professor Airton Paula Souza, “essa intervenção é consequência de uma postura autoritária do ex-reitor da universidade, que buscou deslegitimar todo o processo da consulta pública”.

O dirigente sindical lembrou que, por diversas vezes, houve denúncia ao método adotado pelo então reitor Angelo Antoniolli de tentar realizar um processo sucessório sem consulta aos professores, estudantes e servidores técnico-administrativos.

A respeito disso, em nota divulgada em 16/07/2020, um dia após a reunião do Colégio Eleitoral Especial, a Diretoria da ADUFS qualificou aquele como o “maior golpe antidemocrático na UFS” e frisou que “pela primeira vez nos últimos 40 anos se elege uma lista tríplice, antigamente sêxtupla, sem que seja dada à comunidade acadêmica (discentes, técnicos e professores) o legítimo direito de a eleição informal, paritária e legítima que sempre balizou as decisões do CEE”.

O professor Romero Venancio ressaltou que o fato envolvendo a UFS é reflexo do que está ocorrendo desde o início do atual Governo Federal em relação às universidades e institutos federais. “Essa é a política de desestruturação do conhecimento e da educação pública. É um processo autoritário e que intranquiliza toda a comunidade acadêmica”, afirmou.

Relembre

Na semana passada, o Ministério da Educação devolveu a lista tríplice para a Reitoria da UFS e solicitou informações e esclarecimentos sobre supostos irregularidades que estão em investigação pelo Ministério Público Federal. E confrme publicação no Diário Oficial dessa segunda-feira, o MEC nomeou Liliádia da Silva Oliveira Barreto como reitora pró-tempore da instituição.

Relembre aqui o posicionamento da ADUFS (incluir link para a nota “UFS em luto: golpe e reitor biônico).

 

 

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